Características[]
O aracuã ou aranquã é uma ave de porte grande que habita florestas tropicais ou subtropicais de alguns países da América do Sul como Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. Assemelha-se muito com o gavião, até mesmo por pertencer à mesma família, a Cracidae, com espécies do mesmo porte e características afins. O som produzido pelo aracuã é dominante nas manhãs e tardes do Pantanal. Os casais e grupos familiares gritam seu chamado, escutado por nós como os denominamos, sendo aranquã o nome mais usado na planície pantaneira. Um casal ou grupo começa a gritar e, pouco a pouco, outros começam a responder, espalhando-se por toda a região. Nas margens do rio, é possível ir localizando e contando os casais ou grupos chamando. O som do macho é mais grave do que o da fêmea, sendo ambos produzidos pelo ar passando pela longa traquéia, maior no macho. Esse comprimento é tão longo, que, vinda do pulmão, a traquéia dobra-se sobre o peito e parte da barriga da ave (sob a pele), antes de voltar ao pescoço e chegar à garganta. Em alguns lugares, transcreve-se o canto do macho como “quero matar”, ao qual a fêmea responderia “quero casar”. Aparentadas com as galinhas, todas as aves dessa família sempre foram muito apreciadas como peças de caça. O aracuã vive tanto no solo, quanto nas árvores, alimentando-se de folhas, frutos, sementes e flores, além de lagartas. No período de baixa de águas, quando várias árvores ficam sem folhas e florescem (como os ipês e Tarumã Vitex cymosa), pode-se observar os aracuãs comendo flores nas pontas dos galhos nus. Apesar de viverem em grupos, são territoriais e atacam outros aracuãs de fora do bando. Nessas ocasiões, brigam entre si usando os bicos, asas e pés, como os galos. A característica mais marcante na plumagem é a cauda, longa, onde destacam-se as penas laterais marrom avermelhado, contrastando com o cinza escuro das demais. Em vôo ou pousados, deixam a cauda entreaberta, tornando visível essa característica.
Reprodução
No início das chuvas, começam a reproduzir. Fazem ninhos com galhos, cipós e folhas, em formato de plataforma e material pouco organizado. Ficam em árvores ou arbustos com folhagem densa, de 2,5m a 4m de altura. Ali são postos 4 ovos, chocados durante 28 dias. Um ou dois dias após nascerem, os filhotes emplumados já voam, acompanhando os pais ou grupo pelas árvores. Para dormir, ficam empoleirados ao lado de um adulto, o qual os protege com as asas entreabertas.